PWN Lisbon | Liderar com Empatia: Uma Jornada de Coragem, Conexão e Transformação
Liderar com Empatia: Uma Jornada de Coragem, Conexão e Transformação
Por Vera Borges Palma, participante da 1ª edição do Programa Youth da PWN Lisbon e Sales Operations Expert na ISQe
Liderar é, para mim, um ato de coragem e empatia. Não se trata de cargos ou títulos, mas da capacidade de criar espaço para que outras pessoas cresçam, brilhem e encontrem o seu caminho com autonomia e apoio genuíno.
Em 2018, fui pioneira no programa Youth da PWN Lisbon. Essa experiência trouxe-me uma clareza essencial sobre o que é liderar com impacto: dar espaço ao outro, construir pontes e desenvolver capacidades. Liderar é, acima de tudo, escutar, agir com coragem e dar estrutura para que o melhor de cada um possa emergir — começando por nós próprios.
Durante os seis meses do programa, recordo situações em que precisei ser muito assertiva com colegas. Também promovi uma conversa importante com o meu gestor, onde declarei os meus objetivos de futuro: assumir a liderança do meu percurso. Na altura, ouvi: “Vamos pensar num plano de evolução…” A pandemia alterou os planos, um projeto maior nasceu (a minha filha), mas essa clareza manteve-se como farol no meu caminho. E a rede criada com o grupo foi essencial na época.
Já em 2021, participei no programa de mentoring da PWN Lisbon, num momento crucial de transição na minha carreira. Procurava orientação e encontrei muito mais do que isso: uma rede que me escutou, desafiou e ajudou a redesenhar o meu caminho com confiança. O mentoring foi uma alavanca essencial na minha evolução — uma prova clara de que as relações certas, no momento certo, mudam tudo. Guardo com carinho a minha mentora, que tantas vezes atuou como bússola.
Hoje, continuo a acreditar numa liderança empática e humanizada, onde o desenvolvimento individual é prioridade estratégica. Recentemente, por exemplo, uma colega confidenciou-me as suas “dores de crescimento” e o desejo de evoluir. Ouvi-a com atenção, partilhei algumas orientações e disponibilizei o meu tempo para ajudá-la a desenhar o seu caminho. Não sou career advisor — longe disso — mas sei o valor de uma escuta ativa, estruturada e presente.
Curiosamente, essa colega partilhou que vê em mim uma pessoa muito mais orientada para as pessoas agora. Será que foi porque também eu mostrei a minha vulnerabilidade, a escutei e criei espaço para que ela se revelasse? Talvez o que nos falte tantas vezes seja exatamente isso: escutar com empatia.
A Harvard Business Review destaca a empatia como uma das competências críticas da liderança contemporânea — promotora de colaboração, bem-estar e performance. Já o World Economic Forum aponta a liderança com influência, inteligência emocional e aprendizagem ativa como competências-chave para o futuro do trabalho. Mas liderar com impacto não é só saber o “quê” — é criar espaços onde possamos ser inteiros.
Como dizia Fernando Pessoa, “Para ser grande, sê inteiro.” E, como costumo dizer, só temos uma vida — com várias dimensões. É na interseção entre o pessoal e o profissional que nasce uma liderança verdadeiramente transformadora. Somos líderes de nós próprios e precisamos ter clareza no caminho, ajustando a rota sempre que necessário.
Por isso, acredito profundamente na importância da capacitação em temas estruturantes, como os que encontrei nos programas Youth e Mentoring, que foram pilares fundamentais no meu próprio percurso de crescimento.
Na PWN Lisbon encontrei uma comunidade que valoriza a autenticidade, promove a colaboração entre diferentes gerações e transforma pessoas em agentes de mudança. Vivemos tempos em que empatia, colaboração e diversidade são cada vez mais essenciais.
Estamos numa encruzilhada onde o mundo nos desafia a sermos mais humanos e mais firmes ao mesmo tempo. Liderar com empatia não é um caminho fácil — é um compromisso diário de coragem, vulnerabilidade e ação concreta. Nem sempre vamos acertar, nem sempre será confortável, mas é aí que mora a transformação verdadeira.
Mas quantos de nós estamos efetivamente disponíveis para isso? Para escutar e dar espaço para que outros brilhem — talvez até mais do que nós? Deixo a provocação como reflexão.
Ser líder hoje é ter a humildade de aprender, a força para persistir e a generosidade de abrir espaço para que outros floresçam. Porque, no fundo, liderar é isso: fazer o impossível possível, começando pelo simples gesto de escutar — de verdade.
Acredito que essa é a liderança que faz sentido para mim, para ti e para o futuro que estamos a construir. Uma liderança que não se mede por títulos, mas pelo impacto real que deixamos na vida das pessoas e nas organizações.
E se o caminho é longo, que o façamos juntos — inteiros, autênticos e prontos para transformar.
Será esta uma visão utópica? Talvez. Mas o otimismo e a persistência sempre foram meus aliados de vida.
Este artigo faz parte de uma parceria editorial estabelecida entre a PME Magazine e a PWN Lisbon
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